17 março 2011

Artigo: Orgulho, Preconceito e Beleza


Eis uma mulher nesse blog, finalmente. Uma mulher pra botar ordem nessa bagaça. Convenhamos que o meu gosto não é muito parecido com o deles, na verdade não é nem um pouco parecido, é só ver pelo meu post de estréia.

O que eu posso dizer sobre mim?

Sou uma aspirante a escritora, que sonha em publicar muitos livros e ser editora de uma revista. Gosto bastante de filmes, talvez não tanto quanto os outros autores, mas ainda sim é bastante. Não tenho um gosto definido, mas se tiver o Burton no meio eu topo. Sou chata, mas no fundo sou legal.

Espero que eu não seja apedrejada do blog, e que vocês sejam legais comigo. Vou tentar trazer coisas legais pra cá, mas se eu exagerar ou viajar muito, gritem.

Ah! Prazer, meu nome é Cássia.

Vamos ao artigo:

O que se esperar de uma adaptação de um livro para o cinema?

Uma catástrofe total? Desperdício de tempo e dinheiro? Ou algo realmente bem feito?

A resposta mais certa para essas perguntas talvez seja um “não sabemos”. Pois cada nova adaptação que surge com ela vem uma nova surpresa, boa para alguns e péssima para outros.

E o que se esperar de uma adaptação de um dos mais famosos romances já escritos?

Uma surpresa boa, mas na qual faltou algo, algo muito importante. Essa surpresa chama-se Orgulho e Preconceito, adaptação do ano de 2005.

Saudemos Deborah Moggach, uma iniciante que se encheu de coragem e deu a cara à tapa.

Orgulho e Preconceito, o livro, fora escrito por Jane Austen em 1797, mas só fora publicado 1813. Tanto livro quanto filme contam a história de Elizabeth Bennet (Keira Knightley), segunda de cinco filhas; uma jovem a frente de seu tempo que encontra dificuldades na sua adaptação a sociedade aristocrática inglesa do início do século XIX. Imersa em uma família pobre, juntamente com suas irmãs é criada tendo em vista a busca por um bom casamento. Com a chegada do Sr. Bingley (Simon Woods), um jovem rico e solteiro, vê sua família em um alvoroço com a possibilidade de um bom casamento para sua irmã mais velha, Jane Bennet (Rosamund Pike). Juntamente com Sr. Bingley teremos o Sr. Darcy (Matthew Macfadyen), um homem rico, arrogante e prepotente, que lhe despertará ódio e nojo. De início os dois não se darão nada bem, ela é pobre e ele soberbo, mas como todo bom romance se apaixonarão e depois de muitas idas e vindas aceitarão um ao outro. (Um resumo bem pobre e bem resumido, mas resumos não são meu forte)

Trata-se de um romance, um bom e belo romance como todos deveriam ser. Mas que Moggach não soube aproveitar muito bem.

Não posso deixar de elogiar o trabalho dela quando falamos dos diálogos do filme, pois muitos, se não a maioria, são exatamente iguais aos do livro, não foram cortados ou modificados, estão lá intactos para o deleite dos amantes da obra impressa. Isso é realmente raro de acontecer nas adaptações, são poucos os roteiristas que tem a delicadeza de preservar falas importantes e significativas.


A fotografia, do filme, nos trás uma bela imagem da Inglaterra Vitoriana, com suas paisagens e construções imponentes. Uma sutileza e magnitude singulares, fazendo com que tivéssemos vontade de estar naqueles lugares, presenciar aquelas cenas. Algo belo e encantador.

Mas nem tudo são flores. Logo nas primeiras cenas podemos notar o quanto o filme é cru e inexperiente, apesar dos diálogos serem bem fiéis, Moggach não soube captar a essência da obra de Austen. Faltou a ironia, a emoção, a comoção, que Jane transmitiu às suas palavras. (Assista Becoming Jane) Isso fez com que a atuação dos atores fossem limitadas e frias.

Contudo o maior problema, não só dele, mas de quase todos é o tempo. Limitar toda uma obra em algumas pouquíssimas horas, quando chega a isso, quebra totalmente a compreensão da história. Cenas realmente importantes foram retiradas do filme, deixando vários buracos e muitos expectadores sem entender a mudança de sentimentos e cenas. Sem contar que várias cenas foram mudadas de cenário o que trouxe um ar ainda mais romântico, o que não era necessário. Mas o corte é compreensível, pois acho que poucos gastariam de ficar horas assistindo o romance completo (e um romance completo é quase impossível, sem ser o livro).

Outro ponto que conta contra a adaptação é a falta de mudanças emocionais dos atores, principalmente de Matthew, como é descrito no livro. Mas nos demais momentos a interpretação fora ótima e digna de indicação de Oscar (como aconteceu em Keira).


Por último, mas não menos importante, e talvez o grande coringa do filme: a trilha sonora. Completamente presente, maravilhosa e belíssima. Dario Marianelli fora o grande responsável por essa envolvente e viva trilha. A cada nova cena de um baile as músicas podem nos dar a vontade de dançar, de estar dançando. Algo muito parecido com o nascer de um dia de primavera.

De um modo geral o filme é bem agradável e perfeito para quem não leu o livro e procura um bom romance, sem ser meloso e adolescente. É envolvente, seguro e brilhante. Não é perfeito, mas tem seus defeitos bem justificados e aceitáveis. Não é a primeira adaptação do livro, mas é a mais ousada de todas. Com toda a certeza um filme feito para se ter na estante de casa e assistir sempre que puder.

Extras:

  • A direção fora deixada a cargo de Joe Wright, também estreante nas telonas. Uma direção bem feita por sinal, feita sem pressa.
  • Fora filmado inteiramente em uma locação na Inglaterra e utilizou várias casas famosas do país.

Cássia Benemann da Silva

5 comentários:

Luiz Santiago (Plano Crítico) disse...

Olha só! Um dos meus blogs parceiros preferidos de membro novo! E uma mulher! Sem ofensas aos meninos, mas, ALELUIA, uma mulher! Hehehehe

Cássia, gostei muito do seu texto. O filme traz uma sensibilidade estética e mesmo dramática que você trouxe para o texto. Bom, muito bom.

E como os garotos já fazem parte do Júri de Cinéfilos, estendo o convite a você também. Se estiver interessada em participar, mande um e-mail para lulgo1@hotmail.com com o título CANDIDATA AO JÚRI que eu te mando as regras e tal. E quem sabe você já não entra pra turma no Veredicto de Março? =) I hope so!

Bem vinda.

Té mais

Cássia disse...

Luiz Santiago,

Poisé, agora o blog ficou decente. #brinks

Oh, muito obrigada, é bom saber que eu consegui passar a "mensagem" certa. Valeu.

E muito obrigada pelo convite, mas confesso que não me sinto "apropriada" para participar de um juri, deixo isso para os guris. Mas mesmo assim obrigada, mais uma vez, pelo convite.

Thanks. :D

ANTONIO NAHUD disse...

Pois é, Cássia, seja bem-vinda.
Gosto de ORGULHO E PRECONCEITO. É bem filmão inglês para ganhar prêmio, mas é tocante e bem fotografado.
Abraços,

www.ofalcaomaltes.blogspot.com

Cássia disse...

Antonio,

Sim, o típico filme inglês. rs
Obrigada, abraços. :)

Paula Baiadori disse...

Olá,
O agBook, da AlphaGraphics, publica livros sob demanda de forma fácil e totalmente gratuita. Para publicar, basta acessar www.agbook.com.br e efetuar seu cadastro.
O principal objetivo do agbook é apoiar novos escritores brasileiros e ainda oferecer todas as técnicas para que o autor não somente publique o seu livro como também o promova de maneira eficiente.
Coloco meus contatos à disposição para qualquer dúvida pbaiadori@alphagraphics.com.br
Abraços.

Postar um comentário

Dúvidas, críticas, elogios, opiniões, lamentações e reclamações serão bem vindos.

Links quebrados? Comunique-nos aqui.